Coprodutos da bioeconomia azul são produtos secundários gerados durante os processos de captura, aquacultura ou transformação, passíveis de serem valorizados. Os coprodutos referem-se a partes de peixes ou outros organismos marinhos, que geralmente são descartadas ou subutilizadas durante os processos de pesca, aquacultura ou transformação. Isso pode incluir partes como cabeças, vísceras, peles ou conchas, entre outros componentes que não são destinados diretamente ao consumo humano. Atualmente, grande parte dos coprodutos da bioeconomia azul, são valorizados como alimentação animal ou fertilizantes.

Os coprodutos possuem vários compostos altamente valiosos como: enzimas, proteínas, ácidos gordos, polifenóis, biopolímeros, entre outros. Através de processos tecnológicos (p.ex. hidrolise enzimática, fracionamento, secagem, modificação química) é possível extrair estes compostos de elevado valor, como por exemplo o colagénio ou o ómega-3. Estes compostos podem ser aproveitados e valorizados por diversas indústrias, incluindo alimentar, cosmética, farmacêutica, química, nutracêutica ou biomédica. Mas também podem ser utilizados no fabrico de bens como calçado, roupa, móveis, entre outros.

A valorização de coprodutos contribui para a economia circular, reduzindo a pegada de carbono, o uso excessivo de recursos naturais e a quantidade de resíduos gerados, promovendo a sustentabilidade ambiental.

O Fish Matter é um dos projetos integrantes da agenda mobilizadora PBA – Pacto da Bioeconomia Azul, financiado pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, que envolve a colaboração de várias entidades. O projeto da plataforma Fish Matter é liderado pelo B2E CoLAB.

O projeto Fish Matter, liderado pelo B2E CoLAB, visa contribuir para a identificação de novas cadeias de valor, tecnologias e oportunidades que promovam uma valorização inovadora e diferenciadora dos coprodutos da bioeconomia azul em Portugal. Os seus principais objetivos incluem aprofundar o conhecimento sobre os coprodutos gerados no setor (p.ex. tipo, quantidade, disponibilidade, localização, composição nutricional, potencial de utilização), identificar tecnologias de aproveitamento, e encontrar oportunidades de valorização em novas cadeias de valor.

A valorização de coprodutos não reduz apenas os custos para as empresas, eliminando a necessidade de descarte, cria fontes de receita e consequentemente, empregos. O projeto tem como objetivo impulsionar novas áreas de produção, start-ups e inovação tecnológica, contribuindo assim para o crescimento sustentável da bioeconomia azul em Portugal.

A plataforma Fish Matter terá uma área pública, onde a comunidade poderá conhecer o projeto, visualizar e partilhar conteúdos relativos ao setor dos coprodutos da bioeconomia azul, ou conhecer a legislação do setor. Funcionalidades como o acesso a itens de “oferta” e “procura”, matchmaking, chatbot IA e informação estatística do setor apenas estará disponível a utilizadores registados associados a entidades do setor.

A plataforma desenvolvida pelo B2E CoLAB, em conjunto com outros parceiros do projeto, utilizará um processo inteligente de correspondência entre diferentes bases de dados para promover a valorização dos coprodutos, utilizando a tecnologia e o conhecimento disponível no mercado. A Plataforma Fish Matter permitirá identificar potenciais sinergias que visem o desenvolvimento de novos produtos de elevado valor a partir de coprodutos, promovendo uma economia circular e sustentável.

O B2E CoLAB será a entidade administradora da plataforma e a entidade que irá promover a criação de parcerias, assim como agilizar processos de sinergia entre as entidades.

A utilização da plataforma não tem custos ou taxas associadas.

Se deseja contribuir ou obter mais informações sobre o projeto Fish Matter, entre em contacto com o B2E CoLAB: b2e@b2e.pt. Estamos recetivos a parcerias, colaborações e feedback da comunidade interessada.

No início do segundo semestre 2025, os utilizadores poderão aceder e registar-se na plataforma, aceder a informação relevante do setor, assim como disponibilizar itens de “oferta” e “procura” no catálogo de coprodutos da bioeconomia azul.